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ZFE, artificialização de terras, renovação… O Conselho Superior para o Clima lamenta o “retrocesso” do governo

ZFE, artificialização de terras, renovação… O Conselho Superior para o Clima lamenta o “retrocesso” do governo

Este órgão independente, criado em 2018 pelo presidente Emmanuel Macron, é composto por doze especialistas encarregados de avaliar a ação climática do governo e emitir recomendações. Atualmente, lamenta os sucessivos retrocessos do governo Bayrou em questões ambientais e no combate ao aquecimento global.

Sob pressão de partidos de direita, da extrema direita, da LFI ou de certos membros do bloco central dependendo das questões, vários textos também registraram retrocessos no Parlamento nas últimas semanas sobre o tema da artificialização do solo (artificialização líquida zero, ZAN) ou da restrição dos veículos mais poluentes nas grandes cidades (zonas de baixas emissões, ZFE).

Em março, o HCC já havia alertado que a França "ainda não estava pronta" para enfrentar o aquecimento global, que já está chegando a +2,2°C no país entre 2015 e 2024. Essa observação ainda é relevante à medida que o país emerge gradualmente de uma onda de calor longa, intensa e prematura.

"Este tipo de onda de calor ilustra que, em alguns casos, podemos atingir limites de adaptação, com impactos significativos, por exemplo, na saúde", enfatiza o Sr. Soussana. As medidas contidas no plano de adaptação do governo "ainda estão desfasadas das vulnerabilidades e necessidades", lamenta o HCC.

Em seu relatório anual intitulado "Relançamento da Ação Climática diante do Agravamento dos Impactos e do Enfraquecimento da Gestão", o relatório aponta que a taxa de declínio das emissões de gases de efeito estufa desacelerou significativamente em 2024 (-1,8%). O declínio permaneceu forte na produção de energia, mas estagnou em outros setores (agricultura, construção, indústria, transporte, etc.). No entanto, a taxa precisará dobrar para que as metas francesas de 2030 sejam alcançadas.

Especialistas apontam ainda que grande parte (70%) dessa redução pode ser atribuída a fatores "conjunturais", como o clima ameno do inverno ou a retomada dos reatores nucleares.

"Os criadores têm uma vida difícil e ganham a vida mal, e por isso cada vez mais fazendas estão fechando. Isso é o que chamamos de efeito cíclico, porque não é um fenômeno político deliberado", exemplifica Marion Guillou, membro do HCC e especialista em alimentos.

O HCC também lamenta "contratempos" que "frequentemente afetaram medidas muito populares entre os indivíduos": leasing social (aluguel de veículos elétricos para famílias de baixa renda), apoio a painéis solares em telhados ou reformas de edifícios. "A clareza da política climática francesa foi questionada por esses contratempos, gerando falta de visibilidade para o setor privado e as autoridades locais", afirma o relatório.

O MaPrimeRénov, auxílio estatal para a renovação energética de residências, está atualmente suspenso para novos projetos de reforma de grande porte até meados de setembro. O próprio presidente Macron expressou sua insatisfação, criticando as "incertezas" em torno de certas medidas.

O HCC também cita os reveses registrados no Parlamento em relação à ZAN ou ZFE.

Relançar a posição da França

Os especialistas também reiteram suas críticas aos atrasos na publicação de certos textos-chave sobre energia e clima e lamentam o "enfraquecimento" da Secretaria-Geral de Planejamento Ecológico, órgão vinculado ao gabinete do Primeiro-Ministro. Internacionalmente, eles também sugerem "relançar a diplomacia climática francesa".

A Comissão Europeia apresentou aos Estados-membros na quarta-feira sua meta de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 90% até 2040, em comparação com os níveis de 1990, com "flexibilidades". Nenhuma votação ocorrerá antes de setembro, o que significa que o prazo para a Conferência do Clima da ONU (COP30) no Brasil, em novembro, é muito curto. A UE deve revelar seu roteiro climático para 2035 antes desta importante reunião.

SudOuest

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